quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Memorial de um Cárcere!


Poesia de Wilson Soares de Araújo.
Natal, 19 de novembro de 2008.
*Exaltado seja o Deus da minha salvação!
Caminhei nas estradas da vida!
Labutei nas suas tortuosas vertentes...
Esbocei o sorri do evidente,
driblei as contrações da lida.
O tempo implacável enferruja,
enrijece-me o direito de caminhar...
E, hoje sentado no exílio desse lar,
o alojo que enojo me oxida.
Tento reagir no meu interior,
mas, algo estranho não me permite...
Não sei, se sei o que em mim se omite?
Embora, camuflo à vontade de desertor!
Suplico socorro, sem demonstrar,
falo do meu querer até disfarçado...
No inculto enganador programado,
sinto muita vontade de chorar!
O choro contido também chora!
Oh! Esperança tu já vais embora...
E levas também de mundo afora,
o pranto triste da minha aurora!
Ah! Pássaro cativo quanta tristeza...
Privado do espaço; estás na gaiola!
Tu cantas, tu choras, ou procura o viola?
Liberdade é habeas corpus de nobreza.
Não pensem que eu deixei de pensar...
Eu até estou pensando demais,
Penso até que já não sou rapaz?
Mas, eu ainda sou capaz de amar!
Escuto no cochilo os cochichos...
Tricotam num audível cochichar;
Finjo, porém escuto, e na mente rabisco,
a colcha cozida é destarte o fuxicar.
Meu romantismo vê tudo lá no Universo!
Até o brilhar vagando lado a lado,
E aqui, eu retoco o retrato desbotado,
apago as agruras do recesso, com meus versos.
O tempo eu sei que ele é de Deus,
portanto; não é meu esse tempo.
Minha fé é o bálsamo que respiro ao vento,
é o tratado contido no evangelho de Mateus!

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